EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
DOI:
https://doi.org/10.71248/c1wxv194Palavras-chave:
Autonomia da paciente, Educação em saúde, Parto humanizado, Protagonismo feminino, Violência obstétricaResumo
O presente estudo teve como objetivo realizar atividades educativas durante o pré-natal para prevenção da violência obstétrica e fortalecimento do protagonismo feminino no parto. Trata-se de pesquisa-ação, de abordagem qualitativa e descritiva, conduzida com 30 gestantes acompanhadas em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um município do Ceará. Foram aplicados questionários semiestruturados, entrevistas individuais e observações das consultas, seguidos de ações educativas, incluindo rodas de conversa, simulações de parto humanizado e distribuição de materiais informativos. Os resultados mostraram aumento significativo no conhecimento sobre violência obstétrica (23% para 91%), direitos reprodutivos (28% para 95%), identificação de práticas abusivas (35% para 88%) e protagonismo no parto (30% para 85%). A análise qualitativa pelo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) revelou três categorias centrais: empoderamento feminino, reconhecimento da violência obstétrica e importância do pré-natal educativo. As participantes relataram maior confiança, capacidade de diálogo com profissionais de saúde e percepção crítica sobre intervenções obstétricas. Conclui-se que ações educativas no pré-natal são eficazes para promover autonomia, humanização do parto e redução da vulnerabilidade frente à violência obstétrica, evidenciando a relevância do empoderamento e da educação em saúde no ciclo gravídico-puerperal.
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