O IMPACTO DA SEPARAÇÃO PREMATURA NO DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.71248/aj32n954

Palavras-chave:

Separação Prematura, Privação Sensorial, Desenvolvimento Infantil, Psicanálise, Françoise Dolto, Clínica com bebês

Resumo

A psicanalista e pediatra Françoise Dolto afirma que a separação prematura entre mãe e bebê, especialmente nos primeiros dias de vida, constitui uma ruptura psíquica profunda, capaz de comprometer o desenvolvimento subjetivo da criança. Essa separação, comum em casos de internação neonatal, provoca privação sensorial — ausência de toque, voz, cheiro e olhar materno — vivida pelo bebê como uma forma de morte simbólica. A fragilidade vincular gerada por essa ausência afeta a constituição psíquica e a simbolização. A repetição de rupturas, como trocas constantes de cuidadores, intensifica o sofrimento e pode desencadear quadros graves, como fechamento autístico ou estruturas psicóticas. Segundo Dolto, bebês profundamente afetados podem manifestar o desejo de retorno à vida fetal, expressando-se por meio de comportamentos regressivos e estereotipados. Os impactos se revelam em sinais como apatia, retraimento, instabilidade emocional e prejuízos na organização motora e linguística. Sem uma presença suficientemente acolhedora, o bebê encontra dificuldades para investir afetivamente no mundo e simbolizar suas experiências, perpetuando o vazio relacional em situações futuras de ruptura.

Biografia do Autor

  • Najla Gergi Krouchane , Universidade Humanista das Américas

    Psicóloga, Psicanalista, Especialista em Psicanálise com crianças e adolescentes e em Psicanálise Lacaniana, Doutoranda 

  • Carla Cristine Mello Froner, Universidade Humanista das Américas

    Psicanalista, Doutora em Psicologia Social

Referências

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Publicado

28.08.2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O IMPACTO DA SEPARAÇÃO PREMATURA NO DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ. (2025). Cognitus Interdisciplinary Journal, 2(3), 337-348. https://doi.org/10.71248/aj32n954

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