OBSERVAÇÃO MICROSCÓPICA DE ENDOPARASITAS (FILO PLATYHELMINTHES) DO PESCADO COMERCIALIZADO NO PORTO PESQUEIRO, MUNICÍPIO DE MOÇÂMEDES, PROVÍNCIA DO NAMIBE
DOI:
https://doi.org/10.71248/f1jmep81Palavras-chave:
Endoparasitas, Platyhelminthes, Peixes, MoçâmedesResumo
O presente estudo investigou, por meio de observações microscópicas, a diversidade e frequência de endoparasitas do filo Platyhelminthes em peixes comercializados no porto pesqueiro de Moçâmedes, província do Namibe. Foram analisadas 1.000 amostras parasitológicas de peixes teleósteos, com destaque para as espécies Scomber colias e Trachurus trachurus. Os dados foram organizados no Microsoft Excel 2019 e analisados com o software GraphPad, utilizando-se frequências absolutas e relativas, bem como o teste do qui-quadrado (χ²) para avaliar diferenças de prevalência entre as classes parasitárias, com nível de significância de p<0,05. Também foram determinados intervalos de confiança de 95% para as proporções observadas. Identificaram-se quatro classes de platelmintos: Trematoda (60%), Turbellaria (20%), Cestoda (15%) e Monogenea (5%). A classe Trematoda apresentou maior prevalência e relevância em termos de saúde pública, enquanto a presença de Turbellaria refletiu a diversidade ecológica do ambiente. A baixa frequência de Cestoda e Monogenea pode estar associada a limitações metodológicas de conservação e fixação. Os achados reforçam a necessidade de vigilância parasitológica em peixes comercializados, contribuindo para a segurança alimentar, a avaliação da saúde ambiental e a prevenção de riscos zoonóticos em contextos de pesca artesanal e semi-industrial
Referências
AMATO, J. F. R.; BOEGER, W. A.; AMATO, S. B. Técnicas básicas para coleta, fixação e conservação de parasitos de peixes. Seropédica: Imprensa Universitária, 1991. 36 p.
BARSON, M. Parasite infections in fish: an emerging concern in aquacultura. Journal of Fish Diseases, v. 31, p. 755–760, 2008.
BOUWMESTER, M.C. et al. Effects of endoparasites on fish condition and growth in aquacultura. Aquaculture Reports, v. 16, p. 100266, 2020.
BOUWMESTER, M. M.; GOEDKNEGT, M. A.; POULIN, R.; THIELTGES, D. W. Doenças colaterais: impactos da aquicultura nas infecções da vida selvagem. Journal of Applied Ecology, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1111/1365-2664.13775. Acesso em: 17 jun. 2025.
BRITO, A.C.; ROCHA, C. E. F.; OLIVEIRA, M. P. Avaliação da fauna de turbelários em ambientes estuarinos da Baía de Guanabara, RJ. Revista Brasileira de Zoologia, v. 31, n. 2, p. 127–135, 2014.
BUSH, A. O. et al. Parasitology meets ecology on its own terms: Margolis revisited. Journal of Parasitology, v. 83, n. 4, p. 575–583, 2001.
CHENG, T. C. General Parasitology. 2. Ed. San Diego: Academic Press, 1986. 827 p.
CHUBB, J. C. Seasonal occurrence of helminths in freshwater fishes. Part IV. Adult Cestoda, Nematoda and Acanthocephala. Advances in Parasitology, v. 20, p. 1–292, 1982.
DIAS, M. K. R.; LOPES, R. M.; PEREIRA, J. C. Parasito fauna de peixes teleósteos marinhos no litoral do Ceará, Brasil. Arquivos de Ciências do Mar, v. 48, n. 1, p. 55–65, 2015.
EIRAS, J. C. Elementos de Ictio parasitologia. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 1994. 339 p.
EIRAS, J. C.; TAKEMOTO, R. M.; PAVANELLI, G. C. Métodos de estudo e técnicas laboratoriais em parasitologia de peixes. Maringá: Eduem, 2006. 199 p.
FARRELL, R. K. et al. Effects of websites on fish performance. Transactions of the American Fisheries Society, v. 93, p. 110–115, 1964.
FERREIRA, M. C.; TAVARES, L. E. R. Influência da qualidade ambiental na composição de Turbellaria em peixes de água doce. Boletim do Instituto de Pesca, v. 38, n. 2, p. 175–183, 2012.
GARCÍA-VÁSQUEZ, A. et al. The invasive monogêneas Girodáctilos salaris in Atlantic salmon: a model for evolution and ecology of an invasive parasite. Biológica, Invasões, v. 9, p. 261–270, 2007.
GIBSON, D. I.; JONES, A.; BRAY, R. A. (Org.). Keys to the Trematoda. v. 1. London: CABI Publishing; Natural History Museum, 2002. 521 p.
JAKOB, E.; PALM, H. W. Parasite diversity and distribution in fish of the Indonesian archipelago. Marine Biology Research, v. 2, p. 235–243, 2006.
KEARN, G. C. Leeches, Lice and Lampreys: A natural history of skin and gill parasites of fishes. Dordrecht: Springer, 2004. 512 p.
KEARN, G. C. Parasitism and the Platyhelminths. London: Chapman & Hall, 1990. 544 p.
KLEINERTZ, S. et al. Monitoring fish parasite diversity as an indicator of environmental health. Marine Pollution Bulletin, v. 64, p. 185–195, 2012.
KLEINERTZ, S. et al. Parasites as indicators of environmental stress: a review. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 133, p. 139–149, 2016.
MARCOGLIESE, D. J. Implications of climate change for parasitism of animals in the aquatic environment. Canadian Journal of Zoology, v. 81, p. 1331–1352, 2003.
MARCOGLIESE, D. J.; SCHOLZ, T. Parasites of fish as indicators of environmental stress. Parasitologia, v. 41, p. 227–232, 1999.
MORAVEC, F. Parasitic Nematodes of Freshwater Fishes of Europe. Prague: Academia, 1994. 473 p.
NELSON, J. S.; GRANDE, T. C.; WILSON, M. V. H. Fishes of the World. 5th ed. Hoboken: John Wiley & Sons. 2016.
NEUBERT, K. et al. Environmental factors influencing trematode infections in fish: a review. International Journal for Parasitology, v. 46, p. 753–762, 2016.
NIEWIADOMSKA, K. Family Diplostomidae Poirier, 1886. In: GIBSON, D. I.; JONES, A.; BRAY, R. A. (Org.). Keys to the Trematoda. v. 1. London: CAB International; Natural History Museum, 2002. p. 167–196.
OLIVEIRA, M. S. B. et al. Helmintofauna de peixes do Rio São Francisco: um estudo sobre Pseudoplatystoma corruscans. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 28, n. 4, p. 567–575, 2019.
OLIVEIRA, M. T.; AMORIM, A. Técnicas laboratoriais para a identificação de helmintos. Revista Brasileira de Educação em Ciência e Saúde, v. 10, n. 2, p. 45–58, 2020.
PALM, H. W. Fish parasites as biological indicators in marine monitoring. ICES Journal of Marine Science, v. 68, p. 1107–1112, 2011.
PAVANELLI, G. C.; TAKEMOTO, R. M.; EIRAS, J. C. Parasitologia de peixes de água doce do Brasil. Maringá: Eduem, 2008. 316 p.
RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. 1056 p.
SCHOLZ, T.; GARCIA, H. H.; KOPRIVA, J. Update on the human broad tapeworm (Diphyllobothrium latum) and other fish-borne cestodes. Tropical Medicine & International Health, v. 6, n. 6, p. 476–483, 2001.
SILVA, R. J.; TAKEMOTO, R. M.; MATTOS, B. S. Helmintos parasitos de peixes da bacia amazônica: diversidade e aspectos ecológicos. Acta Amazônica, v. 47, n. 1, p. 15–24, 2017.
TAVARES-DIAS, M. et al. Parasitic fauna of hybrid tambacu (Piaractus mesopotamicus × Colossoma macropomum) from fish farms in northern Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 19, n. 2, p. 102–107, 2010.
THEISEN, S. Uncovering hidden diversity: DNA barcoding of fish parasites in Southeast Asia. Zootaxa, v. 4755, n. 2, p. 345–360, 2020.
VAN BANNING, P.; HAENEN, O. L. M. Parasites and diseases in aquaculture: diagnosis and prevention. Aquaculture, v. 85, p. 125–135, 1990.
VIDAL-MARTÍNEZ, V. M. et al. Parasites of fish as bioindicators of marine pollution. Marine Pollution Bulletin, v. 140, p. 1–15, 2019.
WEIDNER, E.; BARRAGAN, A. Immunity to parasites: how parasitic infections are controlled. Nature Reviews Immunology, v. 3, n. 11, p. 889–900, 2003.
YAMAGUTI, S. A Synoptical Review of Life Histories of Digenetic Trematodes of Vertebrates. Tokyo: Keigaku Publishing Co., 1975. 590 p.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Cognitus Interdisciplinary Journal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.